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Pedaços de Vida- Estou a ver-vos...














 




Não é verdade...

Não é nada confortável viver no Passado.





E foi por isso, exactamente por isso, que quis voar...

Voar para o Futuro!



E consegui, com grande esforço, a muito custo, chegar mesmo até ao fim do céu!









 





Mas depois, rapidamente fui até às estrelas...



E espreitei, maravilhado, por detrás delas, até...













Voei para tão alto, tão alto, que, quase sem me aperceber, passei até para outra dimensão.










Fiquei perplexo...

                                      a olhar para trás...





Mas ainda consegui ver o Mundo que deixara


















Não, não quero voltar...

Não quero mesmo voltar...





Não, agora tenho um encontro marcado.



             ...e não sei bem onde!

                 Nem como vai ser.













Interrogo-me, ansioso:


- A viagem, valeu a pena?



Estou a ver-vos...



Agachado, agora tranquilo, no meio de todas estas galáxias onde vim parar,
             

                                            ...Infinitas estrelas nos separam.









Mas Vocês. ao longe... 



...são como as muitas Luas deste fantástico planeta onde me acolho.










Brilham tanto de noite! 




E essa luz dá-me forças para continuar a Viagem.











Mas depois, cansado, ergo-me de novo, com grande esforço...



E quando o dia nasce, já andei, estonteado, por muitos e muitos outros fantásticos Mundos.










E disse adeus a vários outros,

que já vêm de volta.





À minha procura.












E o meu espírito paira, enfim, sossegado, no Infinito.





...Liberto de toda a gravidade. 












      Compreendo então, maravilhado,



      de que é que as estrelas são feitas...












São, afinal, apenas, feitas de luz, como vocês, como eu...



Nada mais!





Mas ainda quero caminhar mais...



Muito, muito mais...
















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As ilustrações a preto e branco desta história  são cenas quotidianas traduzidas em pontos e linhas, a preto e branco.
Trabalho realizado a tinta-da-china sobre papel.


Obra de:
Adelino Manuel Marinho da Silva Oliveira,
aka "Balda", cidadão do mundo.
Fotógrafo de profissão.


Este texto, sobre as ilustrações, é do folheta da
exposição que, em Novembro/Dezembro de 2021,
"Balda" teve na Galeria Municipal da Lourinhã.

Obrigado Adelino






(Actualizada em 03 de Abril de 2022)














10 comentários:

  1. Ó meu amigo Gabriel,
    Continuas um poço de surpresas... Este texto com as imagens fizeram-me lembrar o Petit Prince do Saint Exupéry...

    Gostei do Blog e vou continuar a ler os textos, os pequenos pedaços de vida que aqui nos deixas entreaver...

    Merci mon ami...
    António

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  2. Caíu-me bem o teu comentário como a melhor aguardente velha numa noite de trovoada.

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  3. COMO SEMPRE UM ENCANT0
    ISABEL

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  4. Meu caro Combatente de todos os tempos. Depois de ver a odisseia levada a cabo no resgate do malogrado Amigo Malaquias de Oliveira, meu contemporáneo na BA1-1960/61, só tenho a agradecer a difussão de tanta sabedoria e profissionalismo demonstrados em todo o seu percurso de vida. Uma vida cheias de bons exemplos e motivo de orgulho. Tal como lhe falei há uns tempos, fizemos uma romagem de Antigos Combatentes à sepultura do destemido Malaquias, cuja "estória", por si narrada, será distinguida no meu segundo livro da guerra de Moçambique. Grande abraço e bem haja.

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  5. Meu caro Camarada, obrigado pelas suas palavras.
    Farei chegar, se elas não souberem já, as notícias dessa “romagem” à viúva e á filha do Tenente Malaquias.
    Boa sorte para o seu livro.
    Grande abraço deste seu amigo.

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  6. Muito bom, palavras sábias.
    Todos queremos caminhar mais... Muito, muito mais... A caminhada é infinita.
    Obrigado pela inserção dos desenhos.

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    1. Adelino, o agradecimento é meu. Sem os desenhos a história não era a mesma...

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  7. Olá, não nos conhecemos mas já nos cruzámos.
    O seu blog foi-me partilhado por um amigo comum. Quando o li senti a necessidade de escrever dois pensamentos:
    O 1º, que as nossas luas, as nossas estrelas que tanto brilham no nosso caminho não nos cansam, fazem-nos passar o tempo com tamanha serenidade que mal damos pelos minutos, dias, anos passarem.
    O 2º, que é uma felicidade testemunhar, que essas mesmas luzes cruzam caminhos, encontram-se e crescem muitas vezes com simples escolhas ou acasos. Será assim? Eu acho que não. Há uma beleza Maior, quando olhamos à nossa volta e verificamos que a nossa história não seria a mesma sem o nosso Querer.
    Continuação de Encontros Felizes … Cristina.

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    1. Afinal, no Infinito, para onde fugimos quando queremos sentir o tanto de que fazemos parte com o tão pouco que somos, por vezes somos surpreendidos com outros viajantes que também se “perdem” em viagens inesperadas…
      Uma boa Viagem, também para si. Obrigado Cristina

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