A passagem da outra Esquadrilha de Italo Balbo
pelos Açores, no regresso a Itália.
Chamo a atenção de que se trata da transcrição integral de um texto do Museu Carlos
Machado de Ponta Delgada referente a uma exposição ali realizada em
2013
Podem ler a mesma história aqui neste link.
Segue-se então o texto da página do sítio do Museu na net:
Nos 80 anos da passagem pelos Açores da esquadrilha do Marechal
Ítalo Balbo
Em 1933, sob
o comando do Marechal Ítalo Balbo, ministro da aeronáutica de Benito Mussolini,
realizou-se um “raid” com início em Orbetello e destinado a mostrar o vigor da
Força Aérea italiana da época na Exposição Mundial de Chicago.
A esquadrilha era composta por vinte e cinco aviões Savoia Marchetti S 55 X, tendo um, o I – BALDI, capotado à amaragem em Amestardão, só chegando a Chicago vinte e quatro aviões.
A esquadrilha era composta por vinte e cinco aviões Savoia Marchetti S 55 X, tendo um, o I – BALDI, capotado à amaragem em Amestardão, só chegando a Chicago vinte e quatro aviões.
Na rota de
regresso a Itália, realizou-se uma paragem nos Açores para repouso e
reabastecimento tendo sido determinado, dada a dimensão das baías artificiais
dos portos de Ponta Delgada e da Horta, que 9 aviões escalariam a Horta e os
restantes 15 escalariam Ponta Delgada. Em ambos os portos estavam navios
italianos de apoio à esquadrilha.
Foram
organizadas recepções oficiais em ambas as cidades para os “valorosos
aviadores” que, a 8 de Agosto de 1933, desfilaram em formação pelas ruas,
perante o exuberante entusiasmo da população.
Na manhã do
dia seguinte, postos a rodar os ruidosos motores “Isota Fraschini” dos aviões
brancos, decorados com verdes e vermelhos, e igualmente perante uma entusiástica
população que encheu por completo o “Aterro”, o “Cais do Clemente” e a Doca,
iniciou-se a descolagem das máquinas voadoras, com Balbo ao comando no seu
I-BALB.
Em Ponta
Delgada, um dos últimos a descolar foi o I-RANI que tinha como tripulação o
capitão, piloto Celso Ranieri, o tenente, piloto Enrico Squaglia, o serg.,
mecânico Luigi Cremashi e o serg. rádio tele. Aldo Boveri. Ao descolar, na
corrida final, embateu numa pequena onda, o suficiente para o fazer capotar. Do
acidente, para além da quase total destruição do avião, resultou a morte do
piloto, tenente Enrico Squaglia. Às cerimónias fúnebres realizadas em Ponta
Delgada, associou-se a população, manifestando o seu profundo pesar pela morte
do jovem aviador.
Dos
destroços do I-RANI perduraram até hoje dois dos três lemes de direção, que
integram as coleções do Museu Carlos Machado.
Em 2012, foi
realizado para o museu o modelo do I-RANI, à escala 1/8, pelo engº José Toste
Rego e pelo sr. Carlos Rodrigues. Este barco voador monoplano de dois cascos é
um Savoia Marchetti S 55 X, a décima versão deste avião que se tornou um ícone
da aeronáutica italiana e que proporcionou grandes êxitos, tendo sido o
primeiro aparelho europeu a alcançar a América por ar.
A realização
do modelo do I-RANI foi baseada nos planos do Comandante Clair Ibersol
Gonzalez, proprietário da “Casa da Balsa”, no Sul do Brasil. Por o plano ser do
“Jahú”, o único Savoia Marchetti 55 existente e recentemente reabilitado, houve
que fazer as alterações para o transformar no “I-RANI” que, apesar de manter as
mesmas dimensões, era de um modelo com menos 10 anos, beneficiando de soluções
mais modernas. As informações para estas alterações foram obtidas em literatura
existente sobre este avião, em fotografias e em filmes da época.
No modelo do
I-RANI, e por opção dos construtores, construiu -se a “nacelle” dos motores
parcialmente carenada, não só para que os motores se vissem, como também para
homenagear o Marquês “Francesco di Pinedo” que por aqui passou em 1927,
pilotando um Savoia Marchetti s 55, modelo C, denominado “Santa Maria II”.
Os meus agradecimentos ao Museo Carlos Machado pela publicação aqui deste texto e por ter preservado uma memória importanta da História dos primórdios da Aviação
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