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LINHA AÉREA e outros voos - Travessia 6 - Preparativos para a viagem

 


Preparativos para a viagem






No início de Janeiro 1922 o hidroavião seguiu para Lisboa onde o pessoal do Centro Aviação Marítima começou a  proceder à sua montagem.














Sacadura Cabral e o tenente Bettencourt chegaram a Lisboa no dia 6 de Março com o mecânico E. Tips, da casa Fairey, que em Lisboa devia dar assistência à montagem do hidro.




Tiveram de fazer o regresso a Lisboa a voar um hidroavião que tinha sido oferecido á Aviação Marítima pelo Banco Português e Brasileiro.


Foi uma viagem demorada e cheia de peripécias.


Foi só entre Janeiro e Março, no meio da grande azáfama de acompanhar a montagem do hidro e de tratar da grande logística necessária ao acompanhamento do voo, que Sacadura Cabral tomou a decisão de levar como companheiro Gago Coutinho.

Este, naturalmente, pediu que se retirasse os apetrechos necessários ao duplo comando, uma vez que precisava do espaço para todo o material de apoio á Navegação.


      Img: "Ilustração Portugueza"






Desejo prontamente satisfeito (trabalhos que orientou pessoalmente) já que o Almirante (que ainda não era) não sabia pilotar e todo o peso que se pudesse evitar era bem vindo. O avião nem tinha um equipamento de TSF e os mantimentos resumiam-se simplesmente a "paus de chocolate, bolachas de água e sal, água da companhia e uma garrafa de Porto Ramos Pinto guardada para casos extremos".














Com o grande empenho do Ministro da Marinha nessa data,

Victor Hugo de Azevedo Coutinho,

foi possível concluir todos os trabalhos permitindo que o avião fosse ensaiado de modo a estar em Cabo Verde na lua de Abril já que o trajeto Cabo Verde - Fernando de Noronha teria de ser feito de noite.



O ministro pôs também à disposição desta travessia 3 navios:







o cruzador República,








o aviso 5 de Outubro









e a canhoneira Bengo, esta última julgada quase desnecessária.



"O República seria o nosso navio de apoio e nele se embarcariam os sobressalentes necessários, combustível, etc, assim como o pessoal especializado sob as ordens do chefe das oficinas do centro de aviação marítima 1º tenente engenheiro maquinista Ernesto Costa e do mestre geral das mesmas oficinas, Roger Subiran.


Os outros 2 navios deviam prestar apenas serviços limitados embarcando-se algum pessoal e material no 5 de Outubro.



A ideia era a seguinte:


República seguiria diretamente para Cabo Verde onde ficaria à nossa espera; a Bengo e 5 de Outubro iriam para Las Palmas. Depois da nossa chegada a este Porto, um deles regressaria a Lisboa, continuando o outro para Cabo Verde a fim de ali servir de apoio quando o República seguisse para Fernando de Noronha. Logo que o hidroavião largasse de Cabo Verde, este navio regressaria a Lisboa.

Fizeram-se 3 voos de experiência, afinaram se detalhes e introduziram-se as modificações que foram julgadas convenientes.

Tiraram-se os tanques dos flutuadores para se melhorar a sua instalação, substituiu-se a bomba de mão de gasolina, instalou-se o necessário para tornar fácil a navegação, segundo as indicações do comandante Coutinho.

Não houve, porém, ocasião de fazer experiência de consumo e velocidade com carga média.


Inclusivamente, foi só na véspera da partida que Sacadura Cabral foi a Aveiro, a S. Jacinto, "fazer uns voos de experiência" para se "familiarizar com o aparelho" já "que nunca tinha voado nele" mas em Fairey´s III D semelhantes. Era só para "fazer um pouco a mão"...



      S. Jacinto, em Aveiro, A Base Aérea onde eu aprendi a voar (aviões com trem de aterragem e não hidros) em 1962.
Foto dos anos 20 do séc. passado.



O tempo, além de ser escasso esteve quase sempre mau e ventoso, mas como no primeiro ensaio se obteve facilmente a velocidade máxima de 85 milhas, supus que facilmente conseguiria uma velocidade de cruzeiro de 70 milhas com o consumo de 18 galões por hora.

A 25 de Março, logo que se pode assentar em que a travessia seria mesmo tentada, largaram os 3 navios de Lisboa."





Índice da Travessia

 

          1 - Preâmbulo a toda a história

                       1a - Os Antecedentes, os Homens envolvidos e os Aviões utilizados. 

             1b - O voo do capitão-tenente Read

             1c - A Travessia feita pelo capitão Alcock e pelo tenente Brown

2 - Aviões empregues nestas travessias

              2a - A escolha do avião para a Travessia Lisboa . Rio de Janeiro

3 - Primeiro raid aéreo Lisboa - Funchal 

4 - O sextante modificado de Gago Coutinho 

          5 - Breves biografias de Sacadura Cabral e Gago Coutinho 

               5a - Artur de Sacadura Freire Cabral 

               5b - Carlos Viegas Gago Coutinho 

               5c - As Ordens Militares atribuídas


          6 - Preparativos para a viagem (Capítulo actual)


          7 - O voo de Sacadura Cabral e Gago Coutinho entre Lisboa e o Rio de Janeiro

          8 - As homenagens no Brasil e o regresso a Portugal










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