Brevíssima resenha da vida de outros Notáveis Portugueses,
esquecidos, que não tive o privilégio de conhecer:
.
> Tenente-Coronel Marcelino da Mata
A sua etnia guineense, para grande orgulho meu, é “Papel”
Eu, nascido em Bissau, nasci também na região dos “Papel”.
Sinto-me, genuinamente, honrado em tão Nobre companhia…
Marcelino da Mata foi um Tenente-Coronel, na reserva, do Exército Português, conhecido pelos seus actos de bravura e heroísmo praticados durante a Guerra do Ultramar, em 2412 operações de combate dos Comandos, durante
11 ininterruptos anos!
Alistado a 3 de Junho de 1960, foi sendo promovido,
quase
sempre por distinção, até Major.
Em 1994 foi graduado em Tenente-Coronel.
Sempre com o ordenado de Capitão.
A 2 de Julho de 1969 foi feito Cavaleiro da Antiga e Mui Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Foi também galardoado com 5 Cruzes de Guerra, 3 das quais de 1ª Classe.É e provavelmente será
para todo o sempre,
o militar português
mais condecorado da nossa História!
<<Quem controlava quase toda a tropa nativa era eu .Tudo o que eu falava eles ouviam.
Para nossa desonra colectiva, “em 1975, durante o PREC (Processo Revolucionário em Curso como ficou conhecida a actividade revolucionária de instigação comunista dentro do MFA) foi detido no quartel do RALIS, em Lisboa.
Aí foi sujeito a tortura e flagelação praticada e ordenada por
Manuel Augusto Seixas Quinhones de Magalhães (capitão), Leal
de Almeida (Tenente Coronel), João Eduardo da Costa Xavier (capitão
tenente) e outros agentes revolucionários ligados aos movimentos comunistas, num
dos episódios mais pungentes, pela sua barbaridade e violência, de toda a
revolução dos cravos».
Texto colhido na página “Marcelino da
Mata”, da Wikipédia, página que foi alterada no dia 9 de
Setembro 2013, dois meses depois de eu ter colhido as informações
inicialmente ali contidas, quando escrevi o texto original desta história.
ATT: Por favor leia a resposta que dei ao comentário que a filha
do Sr Coronel Emiliano Quinhones de Magalhães (que não
faz parte de nenhum dos episódios contados aqui!) faz no final deste
artigo.
Foi tão vilipendiado e seviciado pelos próprios camaradas
esquerdistas do MFA que se exilou em Espanha, como tantos outros portugueses, na altura.
«Mas eu nunca renunciei à nacionalidade portuguesa.
Houve um animal na Admistração Interna que me disse:
Eu disse:
-Eu nunca fui colonizado! Os meus antepassados foram colonizados , mas eu não.
EU NASCI NUMA NAÇÃO CHAMADA PORTUGAL!.>>
Uma das mais emblemáticas missões que o Tenente Coronel Marcelino da Mata executou com êxito foi o resgate do Tenente Piloto Aviador Miguel Pessoa no dia 26 de Março de 1973, que se tinha ejectado de um Fiat G91, no dia anterior, abatido por um missil SAM 7 Strela.
Reparando melhor, era um grupo, aparentemente de combatentes, mas com armamento e uniformes não semelhantes ao do nosso exército. E aí pensou que tinha chegado o seu fim…
É claro que, como resposta, os seus "salvadores" ouviram uma frase pouco educada!
Com toda a calma alguém lhe respondeu que o mais graduado ali era Marcelino da Mata.
Desconfiou, claro...
Dele só conhecia as histórias das suas capacidades de combate e de ouvir dizer que ele andava sempre com cantis de Fanta e Coca-Cola á cintura.
Resolveu pedir-lhe de beber. Só para ver o que saía…
Na foto, a catana até parece ameaçadora…
Marcelino da Mata, era mesmo ele, deu-lhe prontamente a Coca-Cola que trazia no cantil...
“Ah granda Marcelino!”, foi o comentário do Tenente Pessoa, já abraçado a ele…
Foi assim que foi salvo um piloto da nossa Força Aérea nas matas da Guiné.
“Durante a marcha para o local da evacuação pelo helicóptero, eles iam mandando bocas para a mata…e eu a pensar que iriamos ter uma grande fogachada…”
Comentou recentemente o agora reformado Coronel Piloto Aviador
Miguel Pessoa.
Marcelino da
Mata faleceu vítima da pandemia de Covid-19 em Fevereiro de 2021, há pouco mais
de um ano (em relação a uma actualização desta história com novas imagens e
texto)
Está sepultado no Talhão do Núcleo de Queluz da Liga dos
Combatentes.
Estiveram presentes no funeral:
O Bispo das Forças Armadas.
O Presidente da República.
O Almirante Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.
E o General Chefe do Estado Maior do Exército.
Marcelino da Mata
é mais um dos portugueses que,
por não saber jogar á bola,
não está no Panteão Nacional…
> D. FRANCISCO DE BRAGANÇA VAN UDEN
Francisco van Uden foi o primeiro da família, exilada durante 115 anos, a nascer em Portugal, e espera viver até aos 100 – como a sua mãe, neta do Rei D. Miguel.
Fez o curso dos Comandos e esteve na Guerra do Ultramar.
Era o Major Tomé da UDP.
O comandante falou comigo e disse que estávamos a ganhar a guerra no mato e que tínhamos o apoio da população. Disse que precisava de tropas especiais e convidou-me para ir para o Dondo apoiar o grupo de pára-quedistas especiais africanos. Pedi-lhe 15 dias de férias para visitar a família em Portugal e voltei para lá. Fiz o curso de pára-quedista e fui coordenar as companhias de GEPs [Grupos Especiais de Pára-quedistas] de toda a zona de Tete>>
<<No dia 25 de Abril fui ao bar às 10 da manhã, no comando das ZOT [Zona Operacional de Tete]. A rádio BBC estava a dar a notícia do golpe de Estado em Lisboa. Na sequência do 25 de Abril, o comandante do CIGE [Centro de Instrução de Grupos Especiais] convidou um comissário para dar aulas, onde se dizia que a Frelimo é que eram os bons e nós os maus. Foi um choque terrível. Com um grupo de oficiais da Beira definimos que manteríamos o combate para defender a população de Moçambique. As pessoas não falam nisso, mas 40% do orçamento militar do Ultramar era dedicado à acção de apoio às populações>>.
Do:
Site oficial da Familia Real Portuguesa
> Engenheiro Jorge Jardim
Breve nota sobre o Engenheiro Jorge Jardim e a Índia Portuguesa
Tive o privilégio de jantar com o Eng Jorge Jardim na cidade da Beira, em Moçambique, final dos anos 50, em casa dos meus primos Saul e Aida Brandão, Arganilenses, terra da minha Mãe, tal como conto na história sobre Francisco Daniel Roxo.
Nas suas andanças pela Índia, terá chegado a fugir, disfarçado de mulher, para não ser morto.
No dia 13 de Maio, quando o General Vassalo e Silva, o governador deposto, deixou o território, Jorge Jardim ainda entregou á enfermeira Ivone Reis, disfarçada de hospedeira francesa, um saco com documentos confidenciais. E não concedeu a Vassalo e Silva a honra de ser a última pessoa a abandonar Goa. Ficou mais algum tempo no território.
Jardim trouxe para Lisboa o retrato de Afonso de Albuquerque, retirado do Palácio de Hidalcão, residência dos Vice-Reis da Índia desde Dezembro de 1759:
Costa Gomes disse a Freire Antunes que a devolução dos referidos dois quadros “foi uma das primeiras coisas que Mário Soares fez quando se tornou Presidente da República”>>.
...Será mesmo verdade!?
(Actualização da história em 27 de Fev 2022)
No dia de anos ?
ResponderEliminarJá agora a propósito do Engº Jorge Jardim, também o conheci...era miudo...talvez 8 anos e ele tinha um Mercedes 280 SE com a bandeira do Malawi e à saída da missa da capela do rato, perguntou-me queres boleia para casa do teu tio...eu que nem ia para lá aceitei por que o queria era andar de Mercedes com bandeirinha.
Quanto ao Marcelino da Mata, também o conheci, mas mais tarde já na faculdade e noutras circunstâncias.
ResponderEliminarGabriel, gosto muito do teu blog !
O Gajo sou eu o Manel CF - primo
ResponderEliminarCaro Gabriel Cavaleiro,
ResponderEliminarEm um dos seus textos supra, dedicados ao ilustríssimo Português que é Marcelino da Mata, impõe-se uma correcção:
Onde «Emiliano Quinhones de Magalhães» (ao tempo coronel), deve ler-se «Manuel Augusto Seixas Quinhones de Magalhães» (filho, desnaturado, do impoluto Emiliano).
Melhores cumprimentos,
J.C. Abreu dos Santos
Muito obrigado pela sua chamada de atenção. Peço-lhe que leia a resposta ao comentário que fiz à filha do Sr Coronel Emiliano Quinhones de Magalhães.
EliminarCumprimentos.
Serve este comentário para solicitar a correcção, na notícia sobre o Sr. Tenente Coronel Marcelino da Mata do nome do oficial de apelido quinhones de Magalhães que deve ser MANUEL AUGUSTO SEIXAS QUINHONES DE MAGALHÃES e não Emiliano Quinhones de Magalhães.
ResponderEliminarVejo que já há um comentário feito por quem também não aceita a confusão e a quem já agradeci pela atitude tomada em relação ao limpar do nome do meu pai e o assunto já deveria ter sido tratado se, na verdade, houver interesse em informar e não difamar.
Acredito que o erro não tenha sido propositado mas, como orgulhosa filha do meu pai e sabendo que o Sr. Tenente Coronel Marcelino da Mata só se referiu ao apelido em questão, como é que se podem publicar notícias tão denegridoras do caráter de alguém sem se ter a certeza de que o nome publicado é o da pessoa a quem essa notícia se quer referir.
Isto é um assunto de HONRA PESSOAL E MILITAR. Por favor corrijam-no!!!!!!!!
Maria João Seixas Quinhones de Magalhães Mota
Só hoje, dia 7 de Outubro 2013, me apercebi do erro involuntário quanto ao nome do seu Pai. A informação em que me baseei, como pode comprovar, é uma nota da Wikipédia. Verifico agora que já lá está a correcção feita. Peço imensa desculpa pelo lamentável erro que me apressei agora a corrigir e pela demora em o ter feito. Não tenho consultado o gmail e não li antes o seu comentário. Imperdoável! Peço-lhe novamente desculpa...
EliminarCaro Senhor
EliminarSó hoje li a sua publicação e como lhe devo uma resposta aqui vai.
Aceito as suas desculpas por sinceras.
O meu pai foi um Homem e um Militar como houve e há poucos e não merecia ser mencionado por actos tão vis.
Agradeço sinceramente também o ter tido a dignidade de reconhcer o seu erro, embora induzido por terceiros.
Só hoje voltei a este blog por isso só hoje lhe respondo
Mais vale tarde do que nunca.
Obrigada mais uma vez.
Conheci e fiz operações com o Marcelino da Mata. Eu (Rogério Pompeu Tendinha da Silva , CART 1745) era Alferes na altura e nos finais dos anos 60, creio que em 1968, estando eu em Bigene e ele em Farim, numa operação de tentativa de destruição da base de o PAIGC em Mampatás / Cumbamory, que abastecia de armamento toda a Zona norte (com excepção da zona de S. Domingos/Varela) assim como a zona do Morés a sul do rio Cacheu, deixamos 4 mortos - que nos foi impossível retirar do terreno devido à barragem de fogo do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) e trouxemos dezasseis feridos às costas.
ResponderEliminarQuatro ou cinco anos depois (Abril/Maio de 1973), guerrilheiros dessa mesma base do PAIG, cercaram flagelaram durante semanas o quartel das tropas portuguesas em Guidage junto à fronteira com o Senegal.
As tropas de elite Portuguesas (Comandos Paraquedistas e Fuzileiros) e comandos africanos chefiados por Marcelino da Mata conseguiram entrar na base de Cumbamory, após bombardeamento aéreo que fez explodir os paióis, e romper o cerco.
Creio que, em toda a guerra a colonial, foram os 3 meses (Março/Maio de 1973) em que o Exercito Português teve mais baixas .
Louvemos a coragem daqueles jovens que, mesmo sem o saberem, ajudaram a fazer o 25 de Abril.
Mas culpabilizemos também todos os políticos que, ao arrepio dos ideais de Abril, movidos por mesquinhez, cupidez e ambições pessoais , tacanhez de espírito e de honorabilidade muito duvidosa conduziram o País ao estado em que está.
Cara Maria Magalhães de Mota, caro J. C. Abreu dos Santos,
ResponderEliminarChamo-me Mehdi Djallal. Sou investigador em História, especialmente sobre a guerra colonial. Sou interessado pela figura do oficial Emiliano Quinhones de Magalhães. Vocês seriam dispostos para me ajudar na minha investigação?
Os meus contactos são mehdi.djallal@hotmail.com e 963403708.
Obrigado,
Mehdi Djallal