21 de Outubro de 2020
Comemorações dos 500 anos da descoberta do Estreito de Magalhães
...continuação
Tocaram-se os hinos nacionais do Chile e de Espanha (de Portugal, NÃO!).
O Presidente Piñera fez uma resenha histórica do acontecimento, referiu-se á importância de este acto histórico da humanidade, destacando los principios y valores de aquellos hombres que cruzaron el Estrecho de Magallanes ya hace cinco siglos.
Posteriormente o Comandante en Jefe de la Tercera Zona Naval, Contraalmirante Ronald Baasch, fez a entrega do livro do advogado e historiador chileno Mateo Martinic Beros com a toponímia histórica da passagem pelo estreito há 500 anos, com o nome de alguns membros da expedição de Fernão de Magalhães, que deram o nome a vários locais do estreito, como:
- o Padre Pedro de Valderrama, sacerdote que realizou a primeira missa no que actualmente é território chileno;.
- o Navegador Francisco Albo, que gerou o primeiro mapa do estreito.
- Andrés de San Martín, Navegador e Cosmógrafo
- e também o local onde Roldán de Argote, bombardeiro da nau Victoria, reconheceu onde era a saída ocidental do estreito e viu o Oceano que viria a chamar-se “Pacífico”.
A cerimónia culminou com o disparo de 21 salvas de honra, efectuadas pelo Navio Escola “Esmeralda”, fechando assim as cerimónias comemorativas dos 500 anos da descoberta do Estreito de Magalhães, “acto que recuerda uno de los pasajes más importantes de la humanidad, en donde un puñado de hombres venciendo dificultades extremas pudo corroborar que el mar es un continuo que une a las civilizaciones” (Texto do site da Armada Chilena).
Para quem não sabe, naquelas naus, na armada comanda pelo português Fernão de Magalhães, além de muitos portugueses, entre eles vários capitães, pilotos e navegadores, havia diversos tripulantes de várias nacionalidades. Em grande número. Não eram só espanhóis. Sebastián De Elcano, que completou a viagem, em fuga das naus portuguesas enviadas por D. Manuel I para os tentar aprisionar, tinha sido condenado á morte por traição a Fernão de Magalhães em San Julian, onde se deu o célebre motim. Foi perdoado só pela falta de gente capaz de completar a viagem...Ele e mais uns 40 homens.
Fernão de Magalhães foi mais uma vez esquecido pelos portugueses, provavelmente levados ao engano pelo erro de Camões, que no Canto X, dele disse:
"Irá buscando a parte mais remota
O Magalhães, no feito, com verdade,
Português, porém não na lealdade".
Por amor de Deus, Luis Vaz...
Para a vergonha não ser tão chocante, as nossas maiores individualidades colocaram uma simples lápide na base ao Monumento que o Chile ofereceu a Portugal (a estátua de Fernão de Magalhães não foi obra nossa) em 1930.
Temos tanto respeito ao maior navegador de todos os Tempos que conseguimos construir aquele pedestalzeco durante, PASME-SE! 20 ANOS.
Começou a ser construído em 1930.
Foi inaugurado em 1950...
Podiam ter construído um Monumento a sério e não aquela coisa que mais parece uma espécie de polícia sinaleiro que ninguém sabe quem é, mas enfim...
A propósito daquelas comemorações em Punta Arenas, o Jornal El Pais de 21 de Outubro de 2020, publicou
o seguinte texto:
«No dia 22 de Outubro de 2020, um
mega-monumento do escultor chileno Francisco Gazitúa, Circunnavigation, que
mede 20 metros de altura e pesa 25 toneladas, será inaugurado em Punta Arenas.
É a simulação de um globo com uma representação interna do navio que Fernão de
Magalhães comandava há 500 anos. Com a sua travessia, diz o escultor, Magalhães
"até mudou a relação da terra com as estrelas".
No século passado, a conquista da
travessia do estreito foi comparada à chegada de Neil Armstrong à Lua: uma
mudança de referência geográfica, um símbolo de que a exploração moderna não
tinha limites. “Foi o fato fundamental para abrir aquela primeira
globalização”, diz Enrique Ojeda, embaixador da Espanha no Chile. "A
primeira globalização começa com esse marco: a conexão entre a Ásia, a Europa e
a América começa assim que o Estreito de Magalhães é atravessado e depois
completada a volta ao mundo."
“É um evento importante para a Espanha
como país”, disse Teodoro López Calderón, Chefe do Estado-Maior da Marinha
Espanhola. “Esta expedição foi considerada o maior feito da história da
navegação humana”. Há 500 anos, a Espanha era a potência mundial em navegação
e, com a chegada de Magalhães ao sul do continente americano, o seu poder
triplicou.»
Vejam
aqui o video (numa notícia do dia 24 de
Outubro 2020, do Jornal ABC) sobre aquela travessia do Estreito de
Magalhães pelo navio escola Juan Sebastián De Elcano
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