Linha Aérea e outros voos - A nossa Aviação do Exército






1914 - Agosto - Início da 1.ª Guerra Mundial.
















Por esta altura Portugal cede à Marinha Francesa a facilidade de instalar de uma pequena base aérea, em S. Jacinto, na Ria de Aveiro, para vigilância anti submarina da costa norte de Portugal.














No final da Guerra os Franceses abandonam a Base. O Governo Português comprou todo o equipamento.
Surgiu assim a primeira Base Aérea Portuguesa.


1915 - 5 de Abril - Começaram as obras da Escola de Aeronáutica Militar em em Vila Nova da Rainha.



1915 – 14 de Agosto –  Por não haver em Po
tugal uma Unidade de Aviação Militar nem muito menos Escola alguma, a Ordem do Exército desse dia publicou um concurso “destinado a recrutar 10 oficiais do Exército e da Armada para receberem instrução para pilotos de aviação” a serem enviados para escolas estrangeiras. 

Foram seleccionados 11 Oficiais do Exército e da Armada



Foi o núcleo inicial de pilotos militares portugueses.


1915 – Novembro Partem para a Signal Corps Aviation School, San Diego, California, Estados Unidos da América:

Capitão de Cavalaria Salvador Alberto du Courtills Cifka Duarte
Tenente de Cavalaria Francisco Xavier da Cunha Aragão
Alferes de Cavalaria João Barata Salgueiro Valente
Alferes de Infantaria Carlos Esteves Beja













    Estes oficiais foram enviados para a Califórnia, onde o grupo frequentou o Curso Básico de Pilotagem da Signal Corps Aviation School, de San Diego, aprendendo a pilotar hidroaviões e, depois, aviões com trem.




    Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, os alunos pilotos foram transferidos para França, continuando o curso na École d'Aviation Militaire de Juvisy e depois na École de Pilotage de Chartres.


    Para a École de Pilotage de Chartresem França, seguem depois:

    1.º Tenente da Marinha Artur de Sacadura Cabral
    Tenente de Metralhadoras José dos Santos Leite
    Guarda-Marinha de Administração Naval António Joaquim Caseiro

    O Guarda-Marinha de Administração Naval António Joaquim Caseiro recebe em França o brevet no dia 5 de Fevereiro de 1916. Foi o 1º piloto da Aviação Naval a obtê-lo. 

    Capitão Santos Leite foi o 1º oficial do Exército a obter o brevet em Françano dia 11 de Fevereiro de 1916.


    Para Inglaterra, para a Escola Civil Ruffy-Baumann School de Hendon, seguiram em 1916:

    Tenente de Cavalaria Óscar Monteiro Torres
    Tenente António Maya
    Alferes de Cavalaria Lelo Portela


    Óscar Monteiro Torres foi depois colocado na Escola Militar de Northolt do Royal Flying Corps, onde prestou provas como piloto militar. Realizou 25 horas de voo.
    Obteve a classificação final de 20 valores.


    Finalmente, em França obteve também as suas asas o
    Capitão de Artilharia Norberto Guimarães.




    Foram estes os pilotos que iniciaram a nossa Aviação Militar.



    Foram também os primeiros instrutores da Escola de Vila Nova da Rainha.


    Alguns deles integraram as forças aeronáuticas expedicionárias no Ultramar Português.




    As histórias de vida aeronáutica de alguns destes pioneiros podem ser lida a seguir em datas marcantes da sua actividade.

    ________________________________________________




    1915 - Francisco Xavier da Cunha Aragão integrou, o grupo de oficias da Marinha e do Exército seleccionados para frequentarem o primeiro curso de pilotagem de aviões nos Estados Unidos, na Signal Corps Aviation School, em San Diego.











    O Tenente Aragão nasceu a 15 de Maio de 1891 em Pangim, Nova Goa (Estado da Índia), onde o pai (Militão Constantino Aragão, natural da vila da Povoação, Açores) estava em comissão de serviço.

    A partir de 1913, já com a patente de tenente, é colocado em Angola e participa nos primeiros confrontos com as topas alemãs.

    Na sequência de um ataque alemão em Dezembro de 1914, em Naulila, Aragão é feito prisioneiro, sendo dado como morto. Mas acaba por regressar em Agosto de 1915, quando as tropas sul-africanas tomaram o Sudoeste Africano Alemão, tornando-se símbolo para as forças republicanas.




    Libertado, foi encaminhado para a Cidade do Cabo, de onde embarcou com destino a Portugal, com escala em diversos portos de Angola, Cabo Verde e Madeira.

    Na sua escala no Funchal prestou declarações à imprensa, nas quais repudia a ditadura de Pimenta de Castro e exorta à entrada de Portugal na guerra para vingar a afronta alemã.

    Foi recebido apoteoticamente em Lisboa, sendo designado pela imprensa do tempo como “o herói de Naulila”.

    A 6 de Novembro de 1916, Francisco Xavier da Cunha Aragão obteve o brevet de piloto no Centre d'Avition Militaire de Chartres.

    Depois de uma passagem por Portugal, entre Novembro de 1917 e Janeiro de 1918, esteve estacionado na base de Mocímboa da Praia, em Moçambique.

    O objectivo era criar uma esquadrilha de observação que auxiliasse as forças portuguesas na luta contra as incursões alemãs a partir da África Oriental Alemã, a actual Tanzânia, mas dificuldades na operacionalização dos aviões, impediram a utilizações dos escassos meios materiais e humanos ali colocados.

    Depois do fim da Guerra, integra em 1923 o grupo fundador da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, servindo depois como chefe de gabinete do ministro da Guerra Ribeiro de Carvalho.








    Foi nomeado para a comissão criada por portaria de 26 de Julho de 1928, do governo presidido pelo general Vicente de Freitas, destinada a estudar a possibilidade de construir um aeroporto nos Açores.

    Foi colocado em Ponta Delgada, onde recebeu as instalações destinadas a albergar hidroaviões, que ali haviam sido construídas pelos norte-americanos, como parte da Base Naval de Ponta Delgada. Mas as intenções de construir um aeródromo goraram-se.

    Cunha Aragão acabaria por seguir o evoluir da aeronáutica. Criou em 1929 o Conselho Nacional do Ar, de que foi secretário perpétuo, coordenou os primeiros estudos visando a criação dos serviços de aviação civil em Portugal.





    A sua crescente oposição à Ditadura Militar decretada em 1928 e as acções por si tomadas acabaram por decretar a sua demissão do Exército em 1933.

    Exilou-se em Espanha e França.

    Já mais calmo resolveu regressar a Portugal em 1940, tendo sido logo detido pela PVDE (mais tarde “PIDE”) em 1940, com Jaime Cortesão, Álvaro Poppe e Maria Judite Cortesão.

    Acabou por se afastar definitivamente da vida política e foi deportado para Angra do Heroísmo dedicando-se à gerência fabril dos negócios do sogro.

    Faleceu a 22 de Junho de 1973, em Lisboa, onde se deslocara para tratamento médico.




    1915 – 31 de Dezembro – Uma Ordem do Exército publica o Regulamento da Escola Militar de Aeronáutica.


    1916 – 9 de Março – Sacadura Cabral é brevetado após 222 voos (aterragens) em 28h57min de voo.
    Transferido a seguir para Saint Raphael para se especializar em hidroaviões.



    Roger Soubiran após a amaragem no Funchal em 1921













    É aqui que conhece Roger Soubiran


    No final desse ano será contratado para Mestre Geral das Oficinas da Doca do Bom Sucesso em LisboaSerá o 1º mecânico aeronáutico da Marinha. Foi o mecânico do 1º voo de teste de Navegação Astronómica com o sextante de Gago Coutinho no voo Lisboa Funchal em 1921 (ver mais abaixo nesta data). Faleceu em Dezembro de 1979, em Pau (sul de França), sua terra natal.



    Sacadura Cabral adquire entretanto os primeiros hidroaviões da Marinha,
    dois F.A.B. de 100 cv que chegarão a Portugal em Janeiro de 1917.


    1916 - 17 de Julho - Primeiro voo da Aviação Militar portuguesa em Vila Nova da Rainha na Escola de Aeronáutica  Militar (unidade que seria inaugurada dias depois)















    O voo foi efectuado pelo Capitão Santos Leite num Deperdussin Type B elevando-se a uma altura de 15 metros.


    O avião tinha sido oferecido em Setembro de 1912 pelo Tenente-Coronel brasileiro Albino Costa
















    No dia do 1º Centenário do 1º voo da Aviação Militar portuguesa, foi inaugurado um Monumento alusivo pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.





    1914-2014 Cem Anos de Aviação Militar





    1916 - 1 de Agosto - Inaugurada a Escola de Aviação Militar em Vila Nova da Rainha, concelho de Azambuja.


    1916 – Setembro – Sacadura Cabral e António Joaquim Caseiro ficam como instrutores na Escola Aeronáutica Militar em Vila Nova da Rainha onde Sacadura Cabral vai ser Director de Instrução.



    1916 Novembro - arranca o 1º Curso de Pilotos Militares em Vila Nova da Rainha do qual faziam parte entre outros, Sarmento de Beires e Pinheiro Correia e dois alunos da Marinha2º TEN Azeredo e Vasconcelos e 2º TEN Adolfo Trindade


          Localização aproximada da pista
















          








    Planta do estudo da implantação da Unidade

         


    Há mais de 100 anos, tudo começou aqui.
    Sendo agora um "Sítio Histórico".
    Berço da Aviação Militar de Portugal.

    Como sempre acontece quando algo de novo se faz, os Velhos do Restelo do costume apontaram graves erros de cálculo aos gastos com aviões militares.

    Por exemplo:

    “Um avião moderno completamente equipado para a guerra pode custar cinco ou seis mil escudos mas não dura mais do que cinco ou seis meses.” 

    Para não falar já, quanto aos motores, do exorbitante consumo horário de óleo (6 litros) ou gasolina (45 litros). 

    Pior ainda era quando se faziam as contas para um raide em treino ou teatro de guerra:

    - cerca de 300l de gasolina e 30 litros de óleo por aeroplano.

    Uma esquadrilha de três aviões, só em gasolina e óleo, numa simples missão, custava mais de um conto e quinhentos.

    (O preço de um modesto lanche nos dias de hoje, 7,5€)

    Uma barbaridade! Para quê uma Aviação Militar?

    É sempre assim...

    Infelizmente... a também habitual  falta de capacidade de preservar edifícios históricos, levou a que um incêndio destruísse por completo o interior da primeira escola de aviação em Portugal, em Vila Nova da Rainha.

    O edifício, após o incêndio no dia 20 de Março de 2019, ficou assim:









    1916 - 18 de Setembro - João Barata Salgueiro Valente (nasceu em São Jorge de Arroios no dia 14 de Setembro de 1888) fez o seu curso de piloto nos Estados Unidos tendo obtido o brevet nesta data.



















    Foi Instrutor de pilotagem da Escola Militar de Aviação,
    na Granja do Marquês,
    Director da Divisão de Instrução da Escola Militar de Aviação,
    Segundo Comandante da Escola Militar de Aviação e
    Comandante da Esquadrilha de Aviação de Treino e Depósito,
    em Alverca.






    Morreu no dia 30 de Novembro de 1928 quando o seu avião embateu num cabo de um balão em Alverca.



    1916 - Uma curiosidade -












    O "Deperdussin" tipo B oferecido pelo Tenente Coronel brasileiro Albino da Costa em 1912 acabou sendo usado como “rolador” ou “pinguim” para treinos no chão.

    Com as asas cortadas...


    1916 - final do ano Sacadura Cabral que havia sido encarregue de encontrar um local para a implantação da actividade da Aviação Naval, propõe o AlfeiteNão é aceite e a alternativa, provisória (provisória até 1952…) recaiu na Doca do Bom Sucesso.
    Tinha grandes problemas, como a morosa colocação dos hidroaviões na água e a circulação de muitos barcos nas imediações.


    1917 No começo de Janeiro - O Ministro da Marinha mandou comprar dois pequenos hidroaviões «F. B. A». destinados à fiscalização aérea da barra do Tejo. Por falta de instalações apropriadas foram mandados para Vila Nova da Rainha onde foram montados


    1917 No início de Janeiro - Começaram a embarcar para a Flandres francesa as primeiras tropas de um contingente de mais de 55.000 militares portugueses que formavam o Corpo Expedicionário Português (C. E. P.).


    1917 - O Grupo Aéreo de apoio ao Corpo Expedicionário Português

    Por todo o ano de 1917, o governo português envidou esforços para constituir um grupo aéreo de apoio ao CEP.

    Nesse ano ainda, o General Gomes da Costa, comandante de uma das divisões do CEP, conseguiu integrar trinta e um pilotos e trinta e um mecânicos portugueses no “Groupe de Divisions d’Entrainment de Plessis-Belleville”.


    Aeronáutica nacionala começar a nascer, tinha uma escola que dependia do Serviço Telegráfico, sob a alçada da Arma de Engenharia…


    1917 – 10 de Maio – Brevetamento do 1º curso de Aviação Militar em Portugal (tendo como Director de instrução Sacadura Cabral) numa cerimónia realizada na Sociedade de Geografia de Lisboa.

    Dele faziam parte Sarmento de Beires, Olímpio Ferreira Chaves, Azeredo Vasconcelos, Sousa Gorgulho, João Luís de Moura, Luís Cunha e Almeida, António Cunha e Almeida, Miguel Paiva Simões, Pereira Gomes, J. Rosário Gonçalves, Duvale Portugal, Aurélio Castro e Silva, José Joaquim Ramires
    A maioria destes recém formados e inexperientes pilotos embarcou para França ou para Moçambique.


    1917 – 10 de Maio - José Manuel Sarmento de Beires, pioneiro da aviação em Portugal, é brevetado.

    Sarmento de Beires nasceu em Lisboa em 4 de Novembro de 1893 e morreu no Porto, em 9 de Junho de 1974.

    Em 1916, terminou o curso de engenheiro militar na Escola de Guerra.

    Frequentou o 1º curso de Aviação Militar em Portugale recebeu o respectivo "brevet" de piloto aviador no dia 10 de Maio de 1917 numa cerimónia realizada na Sociedade de Geografia de Lisboa.

    Em Julho desse ano, foi promovido a tenente e partiu para França, onde frequentou cursos de aperfeiçoamento.

    Distinguiu-se em combate nos céus de França, incluído em esquadrilhas francesas.

    Em 1924 participa no Raid aéreo Lisboa-Macau (Ver a história em “1924”)

    Sarmento de Beires  foi o 1º piloto português a efectuar um voo nocturno em Portugal num Breguet 14 A2 no dia 16 de Março de 1927 (Ver a história em “1927”)


    Foi condecorado com os graus de Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito 5 de Outubro de 1924 e de Comendador da Ordem Militar de Cristo a 5 de outubro de 1925 
    Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a 30 de Janeiro de 1928 e de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito 3 de Fevereiro de 1928

    Opositor ao regime da ditadura do Estado Novo, exilou-se para o Brasil em 1928

    11 de Junho de 1964 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Império.

    Regressou a Portugal depois da Revolução dos Cravos.” (Wikip)

    1917 - meados do ano - O Governo Português cedeu uma base aeronaval à Marinha dos Estados Unidos da América em Ponta Delgada para protecção contra os ataques alemães com navios de guerra e submarinos a navios de abastecimento que navegavam no Atlântico Norte.

    1917 – 2 de Junho - A Esquadrilha de Aviação Expedicionária a Moçambique partiu do cais de Alcântara em Lisboa no vapor "Moçambique"  para combater as tropas alemãs durante a I Grande Guerra.
    Instalou-se naquela Colónia a Norte, em Moçimboa da Praia

    Era uma pequena unidade aérea — a primeira que se formou em Portugal — com três pilotos, três observadores e três mecânicos, equipada com três «Farman F-40» oriundos da Escola de Vila Nova da Rainha.















    Foram embarcados desmontados em caixotes,
    3 aviões Farman F 40 130hp





    Farman F.40, 130hp - Esquadrilha Expedicionária de Moçambique








    Farman F.40-45




    1917 – 7 de Setembro - Jorge de Sousa GorgulhoAlferes piloto aviador, que tinha sido destacado para ir para Moçambique (integrado na Esquadrilha Expedicionária a Moçambique) fez já em Moçambique, em Mocímboa da Praia onde a Esquadrilha estava baseada, o 1º voo em África de um piloto português.






    Alferes piloto aviador Jorge de Sousa Gorgulho


    1917 – 8 de Setembro – O Alferes piloto aviador Jorge de Sousa Gorgulho, no segundo voo em Mocímboa da Praia, tem um acidente fatal por ter entrado em perda.





    O avião incendiou-se




    Foi o primeiro acidente de avião de um piloto português em África.

    Foi sepultado no cemitério de Mocímboa da Praia.


    (Os pilotos que voavam este avião consideravam-no de má construção, frágil e com pouca potência).


    1917 Os nossos pilotos foram colocados em França nas seguintes Unidades:

    PilotoEsquadrilhaBase
    Avião
    Capitão Óscar Monteiro TorresEsquadrilha das Cegonhas Soissons

    SPAD 7-C1
    Tenente Pedro Emílo Jones da SilveiraC-278Laon
    Sopwith 2-A2 (1/2 Strutter)
    Alferes Eduardo Santos MoreiraC-278Laon Sopwith 2-A2 (1/2 Strutter)
    Tenente José Francisco Antunes Cabrita Esq-218Soissons
    Handley-Page O/400
    Capitão José Joaquim RamiresN.158Laon
    Nieuport BR 14-A2
    Alferes João Salgueiro ValenteN.158Laon
    Nieuport BR 14-A2
    Tenente Ulisses Augusto AlvesSAL-263Laon
    Salmson 2
    Tenente Pereira Gomes JúniorSAL-263Laon

    Salmson 2
    Tenente António de Sousa MayaEsquadrilha Lafayette La Noblette

    SPAD 13-C1
    Tenente José Barbosa Santos LeiteEsquadrilha Lafayette La Noblette

    SPAD 13-C1
    Alferes Alberto Lello PortelaEsquadrilha Lafayette La Noblette
    SPAD 13-C1
    Tenente António da Cunha e Almeida Esquadrilha dos Lobos Montdidier-Noyon

    Nieuport BR 14-A2
    Tenente Luís da Cunha e AlmeidaEsquadrilha dos Lobos Montdidier-Noyon Nieuport BR 14-A2




    1917 – Julho - O Alferes Alberto Lello Portela



















    Fez parte do pequeno grupo inicial de militares portugueses que em 1916 foram a Inglaterra triar o brevet de piloto militar, seguiu para França onde incorporou a esquadrilha SPA-124, “Jeanne d’Arc”, antiga esquadrilha “Lafayette”, com Base em La Noblette, voando o avião de Spad 13-C1.





    O seu avião Spad 13-C1 não era vermelho como o de Manfred von Richthofen.
































         O Fokker de Manfred von Richthofen





    Spad 13-C1 de Lello Portela tinha uma larga lista diagonal branca, com as cores da Bandeira Nacional e, no dorso da aeronave, as cinco quinas.






    Na imagem acima, abate de um “Albatros D.III” alemão pelo Alferes Lello Portela,
    a bordo do seu “Spad 13-C1”, na Flandres em 1918. Pintura de Paulo Gonçalves.





    Halberstadt CL II em combate aéreo      











    Combateu durante um ano. Fez 22 missões e obteve 3 vitórias em combates aéreos, não completamente confirmadas e 1 balão inimigo abatido.




    Pertenceu ao grupo de 13 pilotos que não obedeceram á ordem de regressar a Portugal (num total de 30 que combatiam) e manteve-se a combater como voluntário.

    No final da Guerra, Lello Portela foi o último aviador Português a regressar à Pátria.

    Foi promovido a capitão por mérito, condecorado com uma Cruz de Guerra de 1ª classe portuguesa no dia 18 de Fevereiro de 1921 e recebeu ainda a Legião de Honra francesa.

    Foi mais tarde Governador Civil de Lisboa


    1917 28 de Setembro - É promulgado o Decreto 3.395 que cria formalmente o Serviço e Escola de Aviação da Armada.
    No mesmo diploma previa-se o funcionamento da Escola de Aviação Naval do Bom Sucesso.






    A partir desta data, a nossa

    Aviação Militar

    passa a ter dois ramos distintos:


    - A Aviação do Exército
    - E a Aviação Naval





    (Neste texto falaremos a seguir exclusivamente sobre a Aviação do Exército)





    1917 - 19 de Novembro - Óscar Monteiro Torres foi abatido pelo piloto alemão Rudolf Windisch, da Jasta 32
     num tremendo combate nos céus de França pilotando o seu SPAD S7C1, #4268


















    Nasceu  em Luanda em 26 de Março de 1889.

    Organizou com outros camaradas a Escola de Aviação de Vila Nova da Rainha.

    Em Fevereiro de 1916, acompanhado por António Maya e Alberto Lello Portelarecebeu formação de voo na Grã-Bretanha e obteve a classificação final de 20 valores.




    Foi um dos pilotos do Corpo Expedicionário Português enviados para França durante a Primeira Guerra Mundial integrado na Esquadrilha SPA 65 (equipada com aviões SPAD S.VII, a famosa "Esquadrilha das Cegonhas") a convite do seu amigo Georges Guynemer (um ás francês) 





    Óscar Monteiro Torres é o 3º a contar da esquerda. Foto de Arnaldo Garcês





    Aqui junto do seu avião, na escola de voo de Pau, em França.






















    O seu último grande combate aéreo no dia 19 de Novembro de 1917 foi contra forças muito mais poderosas, equipadas com aviões Fokker.



















    Mas ainda abateu um avião de observação Halberstadt.






    E um dos caças da escolta, um Fokker.

    O Spad  de Óscar Monteiro Torres acabou por cair em território controlada pelos alemães.

    O seu corpo ainda com vida foi levado para um hospital de campanha alemão.


    Faleceu no dia seguinte 

    Tinha 28 anos...


    Sepultado pelos alemães, com honras militares, teve funeral nacional em 1930

    França condecorou-o, a título póstumo, com a Legião de Honra e Cruz de Guerra.

    Portugal com a Medalha da Cruz de Guerra de 1ª Classe e com o colar da Ordem da Torre e Espada.


    Foi o único piloto português abatido na I Grande Guerra


    O seu SPAD foi mais tarde utilizado pelo Rudolf Windisch.


    1918 – 26 de Maio – A ordem de regresso dos nossos pilotos em França foi reenviada para ser obedecida de imediato.

    Mesmo assim vários pilotos portugueses permaneceram nas esquadrilhas francesas a combater até ao fim das hostilidades.


    1918 – Junho - Salvador Alberto du Courtills Cifka Duarte (nasceu em Marvila, Santarém, a 10 de Maio de 1882) assume o comando da Escola Aeronáutica Militar em Vila Nova da Rainha



























    Cifka Duarte, foi pioneiro da aviação em Portugal, chegou a coronel piloto aviador no topo da sua carreira.




    Iniciou a instrução de piloto aviador no Signal Corps Aviation School a 15 de Dezembro de 1915 nos Estados Unidos sendo já Capitão do Exército.

    Obteve o brevet na Escola de Aviação de Chartres, em França, no dia 28 de Agosto de 1916.

    Em 1924, foi o grande impulsionador e propagandista do Raid Aéreo a Macau. Era na altura Director da Aeronáutica Militar.


























    Em 1928 como Tenente-Coronel Inspector de Aeronáutica, foi nomeado para estudar localização de um futuro aeroporto nos Açores. Em sua opinião devia ser na Terceira, na zona das Lajes





    Em 1935, no dia 10 de Abril, aterra juntamente com o Capitão Amado da Cunha (suponho que parente próximo, talvez pai do Comandante Amado da Cunha, da TAP, com quem tive o prazer de voar muitas vezes como seu copiloto) no Campo de Aviação de Amareleja, tornando-se no primeiro a fazê-lo.

    Morreu em 7 de Junho de 1964





    1918 - A Cruz de Cristo passa ser a nova insígnia de nacionalidade sendo colocada nas asas e na fuselagem.












    Insígnia a partir de 1918









    Insígnia até 1918







    1919 - 15 de Fevereiro - O Decreto n.º 5.141, determinou que se criasse a primeira unidade aérea operacional, o Grupo de Esquadrilhas de Aviação «República» (GEAR), composto por 2 Esquadrilhas:

    A primeira com 5 aviões de combate «Spad 180 H. P.» doze pilotos, incluindo o Comandante

    A outra com 10 aviões de bombardeamento «B. R. 300 H. P.» dotada com nove pilotos e nove observadores aéreos.

    A localização da nova unidade recaiu sobre um povoado próximo de Lisboa, a Amadorano local onde hoje existe a Academia Militar.

    É a 1ª unidade operacional da aviação militar portuguesa com Esquadrilhas de Combate (caças) de Bombardeamento Observação.








    Campo de Aviação da Amadora em 18 Novembro de 1919. Uma imagem publicada na "Ilustração Portuguesa" N.º 718, de 24-11-1919,




    1920 22 de Janeiro - Nessa noite, à uma hora da manhãSarmento de Beires realizou o primeiro voo nocturno em Portugal.
    Descolou do campo de aviação da Amadora num Breguet Br-14 A2 e aterrou por volta as duas horas da manhã.


    1920 – Fevereiro – Desactivação da Escola da Aviação Militar em Vila Nova da Rainha (por causa da insalubridade dos terrenos onde estava localizada e por estar a chegar ao seu termo o contrato de arrendamento) e transferência para a Granja do Marquês, embrião da futura 1ª Base Aérea portuguesa, a Base Aérea Nº 1 em Sintraonde aprenderam a arte de bem voar milhares de pilotos portugueses. 

    Me Too... em 1964.

    Cifka Duarte foi o primeiro comandante (em vez de um Oficial de Engenharia como era prática até aqui), agora como Major, da Granja do Marquês, a partir de 5 de Fevereiro de 1920

    O nome do sítio provém de uma propriedade herdada pelo Marquês de Pombal, que pertencia ao seu avô Sebastião de Carvalho. Tinha funcionado aqui anteriormente a primeira escola agrícola profissional de PortugalQuinta Regional de Sintra, um colégio destinado a preparar técnicos de lavoura.


    1920 no Outono Início do primeiro curso na Granja do Marquês,  frequentado por seis oficiais que foram brevetados em Fevereiro de 1921


    1922 . 6 de Outubro - Capitão Eng Mário Costa França e o Tenente Eng José Machado de Barros, da Companhia de Aerosteiros do Exército, efectuam em Alverca, a partir de um balão, o primeiro salto em pára-quedas feito por militares portugueses. (Da Pág do Facebook “Amigos Pára-Quedistas”)


    1924 Só nesse ano é que se estabeleceram normas de procedimento e programas de instrução.

    1925 - Os aviões da Escola Militar de Aviação em Sintra:

    Para instrução básica de voo:
    14 «Caudrons G3» 
    14 «Avro 504» na de transição;

    Para aperfeiçoamento:
    1 «Bréguet»,
    3 «Vickers»
    6 «Nieuport»
    3 «Spad».























    1925 - 9 de Julho - Carlos Eduardo Black obtém o Brevet militar
     





















    Carlos Bleck




    Catlos Blrck


    1926 Os pombais militares que ainda eram considerados úteis passaram para a alçada do Regimento de Telegrafistas.


    1928 - A Escola Militar de Aviação passou a denominar-se Escola Militar de

     Aeronáutica, e esteve sem funcionar durante seis anos, por não haver necessidade de formar novos pilotos.


    1930 Fundação da Escola de Pilotagem do Aero Clube de Portugal



    1930 - 4 de Outubro – Com grande empenhamento do Tenente Coronel Cifka Duarte, foi inaugurada a primeira infraestrutura aeronáutica dos Açores, um pequeno aeródromo na zona planáltica do interior da Terceira, na Achada.

    Neste local, O Capitão Piloto Aviador Frederico Coelho de Melo (nasceu na Freguesia dos Altares, concelho de Angra do Heroísmo, 25 de abril de 1895 — Altares, 6 de outubro de 1971) efectuou a primeira descolagem de um avião em terra nos Açores, assinalando a inauguração oficial daquele aeródromo da Aviação Militar Portuguesa






















    Com a patente de capitão, Frederico Coelho de Melo exercia o cargo de professor na Escola Militar de Aviação em Sintra, na Granja do Marquês, 















    quando recebeu o convite para fazer o voo inaugural, do Campo de Aviação da Achada, 
















    no monomotor biplano Avro 504K, batizado como "Açor", que havia sido montado também na ilha Terceira.












    A Aeronáutica Militar do Exército Português estabelece aqui a base de operação da Esquadrilha Expedicionária de Caça nº 2 (EEC2), em declarado movimento de afirmação de Soberania Nacional.




    Foi afastado das funções militares no Continente por incompatibilidades com o regime do Estado Novo.

    Chegou a sugerir a criação de uma Força Aérea como corpo militar independente do Exército e Marinha mas tal ideia não era do agrado de Salazar...

    Ostracizado e como tal afastado das cúpulas militares acabou por ser colocado na Terceira (“deportado” oficialmente teria levantado ainda mais problemas) continuando a voar com o "Açor".



    Réplica do Avro 504K Açor no Aeroporto Internacional das Lajes, na Terceira.


    Exerceu ainda o cargo de comandante da Polícia em Angra do Heroísmo em finais da década de 1940,
    vindo a falecer na sua casa.

    Mais tarde o Campo de Aviação da Achada foi desactivado devido á forte incidência de nevoeiros e ventos fortes


    1930 14 de Outubro - O 1º Cabo José Maria da Veiga e Moura executa o primeiro salto em pára-quedas a partir de uma aeronave na Base Aérea de Tancos, numa sessão de experimentação de pára-quedas para pilotos, O Cabo Moura saltou a 800 metros de altura utilizando um pára-quedas AVIOREX e aterrou perfeitamente ileso a Nordeste da povoação de Madeiras. (Da Pág do Facebook “Amigos Pára-Quedistas”)


    1934 - 22 de Fevereiro - António Jacinto da Silva Brito Pais, nascido em Odemira no dia 15 de Julho de 1884, teve um acidente que lhe custou a vida.

    Descolara pouco antes da Granja do Marquês/Sintra com outro avião pilotado pelos capitães Rodrigues Alves e Avelino de Andrade, dois Morane.

    Voando um sobre o outro, numa manobra inesperada, os dois aviões chocaram em pleno voo acabando por cair desgovernadosNinguém sobreviveu
























    Brito Pais tinha feito o 1ª Viagem Aérea a Macau em 1924



    1934 – 10 de Junho - Plácido António Cunha de Abreu, um piloto aviador português, dos melhores do Mundo em acrobacia aérea, morreu vítima de um acidente em Vincennes a 10 de Junho de 1934.

    Nasceu em Lisboa no dia 21 de Novembro de 1903  em Belém, na Rua do Embaixador nº172.

    Foi aluno do Colégio Militar com apenas onze anos, em 1915, sendo-lhe então atribuído o nº 128 e depois foi admitido na Escola Militar.

    Tentou depois Ingressar num curso de Pilotagem. Foi eliminado por uma deficiência laringológica e colocado como observador aeronáutico no Grupo de Esquadrilhas de Aviação República (GEAR) na Amadora.























    Mas o contacto próximo de aviões e pilotos levou-o a conseguir voar em aviões com duplo comando, deixando os pilotos que ele tomasse conta dos comandos dos aviões.



    Até que... num fim de semana mais calmo, auxiliado por um mecânico, descolou sozinho num avião acabando por aterrar uma hora depois!






















    Levou obviamente uma “porrada” do Comandante da Unidade, Tenente-Coronel Ribeiro da Fonseca, que por ser também “filho da Escola”, Colégio Militar, facilitou-lhe depois o acesso ao curso de piloto após uma operação cirúrgica que lhe tirou o veto de poder voar, o que aconteceu em 1929.

    Foi brevetado em 1930.





    O seu sonho era a acrobacia e começou cedo...

    Em 1932 o grande piloto italiano Coronel Mário Di Bernardi, um ás da 1ª Grande Guerra viu Plácido de Abreu na Amadora dominar completamente o seu potente "Caproni", avião que  Di Bernardi trouxera em demonstração, difícil de operar e que só pilotos de excepção conseguiam controlar com segurança em acrobacia.

    O que deixou mesmo Di Bernardi rendido foi o looping invertido que Plácido de Abreu executou na perfeição.






    E logo nesse mesmo ano Portugal foi convidado oficialmente para o Grande Certame Internacional de Cleveland, no Ohio, em Agosto, o mais importante que anualmente se realizava nos Estados Unidos da América.

    No certame internacional em que ia tomar parte, a convite oficial, Plácido de Abreu teve de custear todas as despesas do seu bolso para que o “Foguete”, o seu avião,  chegasse a Cleveland.

    Era um Junkers A 50 Junior  modificado em Portugal com um motor mais potente.




    Pequeno avião destinado à acrobacia. Um ultraligeiro nos dias de hoje já que pesava 600kg. Atingia uma vel máxima de 172km/h, bastante inferior aos bons ultra leves de hoje…


    O que mais deixou espantada toda a assistência ao certame foi ver que nas manobras em que sobrevoava as bancadas em voo invertido, o “Foguete” ia em silêncio... 

    Faltava-lhe um acessório que mantivesse a alimentação de combustível ao motor em voo invertido… mas tal não impediu essa manobra ao nosso extraordinário piloto que sabia que o motor ia parar naquelas condições…

    No final foi considerado o melhor piloto estrangeiro, cabendo-lhe um prémio 1200 dólares, o epíteto de “Sly Fox” e uma taça (que está no Museu do Ar, em Alverca), competindo com os melhores pilotos de acrobacia da época, tais como Kropper, William e Seversky. 








    Devido á sua espantosa destreza, Portugal começa então a ser convidado, na sua pessoa, para várias competições com os melhores do Mudo, nas mais conceituadas competições.

    Em Maio de 1934 participou no Meeting Internacional de Vincennes em França, onde brilhou e com o mesmo avião.







    Mas no dia 10 de Junho de 1934, a voar um biplano “Avro Tutor”, Plácido de Abreu teve o acidente que lhe custou a vida.

    “Cada homem no meio de nós sabe que pode encontrar este destino a qualquer momento. Estamos preparados para isso. O que se sucederia se os pioneiros tivessem desistido quando um dos seus pares perdia a vida para a aviação? Penso que honraremos da melhor maneira o nosso camarada continuando a voar.”

    Gerhard Fieseler, 1º Campeão Mundial de Acrobacia Aérea.






          Junkers A50 Junior




    1934 - A Escola Militar de Aeronáutica voltou à actividade para que havido sido criada e no ano seguinte foi dada a possibilidade de praças de pré poderem frequentar o curso de pilotagem.


    1934 – 4 de Novembro - Festival aéreo de homenagem ao aviador Plácido de Abreu. Na Amadora

    Um festival de acrobacia com a presença do Presidente da República Marechal Óscar Carmona.















    Emissora Nacional fez a reportagem com o inesquecível Fernando Pessa, ao centro da foto.



    Entre outros, participaram os pilotos franceses Detroyat e Cavali, a paraquedista inglesa Edith Clark o piloto checo Slovakio Novak e a Esquadrilha Militar de Chartres.


    1936 17 de Julho – Guerra Civil de Espanha: foi enviada a Espanha uma Missão Militar de Observação para acompanhar o desenrolar do conflito integrando entre outros os Tenentes Coronéis Sousa Maya e Alfredo Cintra.

    Só aos pilotos do primeiro curso de praças de pré, foi concedida autorização para combaterem como voluntários.

    Os pilotos voluntários colocados nas Unidades de Aviação Nacionalista Espanhola, fizeram bombardeamentos e ataques ao solo com aviões “Heinkel 45”, “Alfa Romeo 79” e “Heinkel 51”.


    1936 - 10 de Dezembro - José Costa (naseu no Caniço, Concelho de Santa Cruz, Ilha da Madeira, no dia 22 de Fevereiro de 1909) foi um piloto luso-americano que alcançou grande notoriedade internacional com a tentativa do seu voo entre os Estados Unidos da América e Portugal, em 1936.


    José Costa junto ao seu avião      









    José Costa emigrou para os EUA com 6 anos, radicou-se em Corning, no estado de Nova Iorque, onde foi o primeiro residente a obter o certificado de piloto aviador. Mais tarde foi instrutor de voo, inspetor da Administração Federal de Aviação americana (FAA), reparador e vendedor de aeronaves.

    Fundou uma empresa de aviação que ainda hoje tem o seu nome, Costa Flying Service, que opera no aeroporto Corning–Painted Post Airport. Este aeroporto chegou a ter o nome "Costa Airportnos anos 40 e 50 do século XX. O seu filho, Joseph Richard Costa ficou a gerir a empresa e é actualmente Director do aeroporto.



    Obteve a cidadania americana em Abril de 1936


    José Costa ficou para a História como pioneiro da aviação quando em 1936, a bordo do seu Lockheed Vega tentou fazer um voo EUA-Portugal via Brasil. O Avião tinha o nome "Crystal City", e apesar de ter registo americano, ostentava a Cruz de Cristo pintada na fuselagem.



    Um Lokeed Vega      


    O voo começou a 10 de Dezembro de 1936 do American Airlines Field (agora Elmira-Corning Regional Airport). O início da Guerra Civil Espanhola fez com que o governo americano não autorizasse o voo directo para Portugal. Resolveu descer ao Brasil e partir daí.

    Mas inúmeras peripécias desde a partida até ao Brasil fizeram com que abortasse a tentativa de chegar ao Funchal.

    Em 1993, o Empire State Aerosciences Museum concedeu-lhe o prémio Aviation Pioneer Award em reconhecimento pelas suas excelentes contribuições para o desenvolvimento e avanço da Aviação Geral.

    Em 1994, o Rochester Flight Standards District Office da Administração Federal de Aviação deu-lhe um Lifetime Achievement Award, em reconhecimento dos seus 65 anos na aviação.

    Em 1994, o Departamento Federal de Transporte dos EUA, Região Leste, deu-lhe um Certificado de Apreciação em reconhecimento de 65 anos de distinção como aviador.

    Costa morreu em Corning no dia 11 de Novembro de  1988, com 89 anos.


    1937 31 de Dezembro – Foram finalmente extintos os Serviço de Aerostação e Pombais Militares numa reorganização militar.

    1938 -  5 de Dezembro Foi extinta a nossa primeira Unidade Aérea Operacional (Grupo de Esquadrilhas de Aviação “República” – GEAR) a funcionar na Amadora desde 1919  devido à inaptidão da localização para satisfazer as novas exigências técnicas dos aviões que, entretanto, se foram construindo.


    1939 - A Unidade Militar Escola de Aviação Militar a funcionar desde 1920 em Sintra na Granja do Marquês passa a designar-se Base Aérea Nº1.



    Foto actual     


    Foi onde  eu me brevetei em 1964.



    Aqui funciona a Academia da Força Aérea e desde 2009 um pólo do Museu do Ar 



    1939 1 de Abril - Termina Guerra Civil de Espanha.
    Cinco meses depois, no dia 1 de Setembro, Adolf Hitler invade a Polónia e dá início à Segunda Guerra Mundial


    1941 4 de Junho - Criado o Comando de Aviação Militar nos Açores.
    Foi decidida a instalação da Base Aérea nº 4 na zona de Rabo de Peixe, na ilha de S. Miguel, onde foram colocados 5 bombardeiros JU 52e e 15 aviões de caça Gladiator. constituindo a Esquadrilha Expedicionária nº 1



    1941 22 de Junho - Esquadrilha Expedicionária nº 2 seguiu para a Ilha Terceira, para a zona da Achada. Estava dotada com 15 aviões de caça Gladiator comandada pelo Capitão Machado de Barros.


    1941 início de Julho - Uma equipa de engenharia militar inicia um conjunto de obras nas Lages para a futura instalação de um Aeródromo


    1941 26 de Agosto - Conclusão das obras no aeródromo das Lages



    1942 – 6 de Junho – Um Ju-52/3m faz o primeiro lançamento de paraquedistas realizado em Portugal por um avião militar.





    Ju-52/3m      



    O avião pertencia à Esquadrilha de Bombardeamento do Grupo de Esquadrilhas Expedicionárias Nº 1 estacionada no Aeródromo de Rabo de Peixe, Ilha de S. Miguel, Açores.




    1942 - 15 de Outubro - Inauguração do Aeroporto Internacional de Lisboa

    Em 1930, o Governo português decidiu iniciar os estudos do futuro Aeroporto Terrestre da Portela a construir na antiga Quinta da Portela de Sacavém, que pertencia ao político, militar e empresário Policarpo José Machado.
















    O Ministro das Obras Públicas visita o aeroporto e sobrevoa a capital. Duarte Pacheco (à esquerda) junto às instalações da aero-gare ainda em obras.


    Por essa altura Duarte Pacheco assumiu a presidência da Câmara Municipal de Lisboa exercendo cumulativamente o cargo de Ministro das Obras Públicas.

    Humberto Delgado, então diretor do Secretariado da Aeronáutica Civil, teve um papel fundamental tanto no lançamento do aeroporto como na criação da TAP em 1945.

    O projecto da aerogare foi concebido pelo arquitecto Francisco Keil do Amaral. 
















    Visita do presidente da República ao novo aeroporto da Portela de Sacavém. Óscar Carmona (2º à esquerda) com o ministro das obras públicas, Duarte Pacheco (3º à esquerda). 





    À data da inauguração em 1942, faltava ainda construir os hangares para recolha e reparação dos aviões, que não tinha sido possível ainda devido à escassez de materiais.

    O radar já encomendado ainda não tinha chegado dos Estados Unidos.

    O Mundo estava em plena 2ª Grande Guerra e todo o material disponível ia para os esforços da guerra.

    Para se perceber melhor a situação, no livro "Histórias com Asas" o Comandante Silva Soares referindo-se aos primeiros tempos da TAP, escreve sobre os "anos verdes" da Portela.

    "As instalações eram duas barracas de madeira de dez metros por cinco, feitas com os caixotes onde tinham vindo embalados alguns aviões para a Aeronáutica Militar.

    E para o transporte do pessoal, a TAP, na falta de transportes públicos para o aeroporto fretava um autocarro à empresa Táxis Palhinhas para levar toda a gente para o trabalho.

    Uma vez na Portela, havia que palmilhar centenas de metros, sobre barrancos e lombas de aterros e de entulhos, sempre enlameados no inverno".

    A construção do novo aeroporto iniciou-se em 1938 e durou cerca de 2 anos.















    Avião Douglas DC3 da British Airways, que pertenceu anteriormente à KLM.
    O primeiro avião a aterrar na Portela de Sacavém. 



    A inauguração dos voos comerciais e abertura do tráfego aéreo decorreu no dia 15 de Outubro de 1942, com a visita do Presidente da República, Óscar Carmona, e o Ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco.
















    No centro, Duarte Pacheco, como ministro das Obras Públicas desembarcam do Douglas DC3, o primeiro avião a aterrar no aeroporto de Lisboa, na Portela de Sacavém. 




    1943 - Carlos Esteves Beja, Coronel piloto-aviador pioneiro da aviação em Portugal, nascido em São Salvador, Santarém, 6 de Julho de 1891, foi o primeiro director do Aeroporto Internacional de Lisboa, Humberto Delgado, entre 1943 e 1961.

    Fez parte do grupo de dez oficiais do Exército e da Armada que em 1915 foram enviados para o estrangeiro para frequentarem o curso de pilotagem.

    Colaborou com o Coronel Edgar Cardoso na criação do Museu do Ar.



    1943 8 de Outubro -  Chegada da RAF às Lages e estabelecimento de um acordo militar com os USAAmbos países ficam autorizados a utilizar as Lajes



    1944 9 de Janeiro Os Americanos desembarcam em Angra do Heroísmo centenas de técnicos para o início da construção e criação da Base Aérea das Lajes


    1944 princípio do ano - Início da construção do Aeroporto de Santa Maria pelos Americanos


    1945 - A partir desse ano, a Aviação Militar deixa a ilha de S. Miguel (Rabo de Peixe)


    1945 – Criada a transportadora aérea nacional, TAP inicialmente com ligações entre a Guiné, Angola e Moçambique na linha que ficou conhecida como Linha Aérea Imperial, a mais extensa do mundo.

    1946 3 de Junho – Fim da concessão das infraestruturas aeronáuticas das Lajes aos ingleses A Unidade passa a designar-se Base Aérea nº 4 (BA4)As forças portuguesas e americanas partilham agora a Base




    Até 27 de Junho de 1952 o ramo aéreo das forças armadas portuguesas compreendeu:


    >Aeronáutica do Exército
    1914-1918 - Serviço Aeronáutico Militar
    1918-1924 - Serviço da Aeronáutica Militar
    1924-1952 - Arma de Aeronáutica Militar

    >Aeronáutica Naval
    1917-1918 - Serviço de Aviação da Armada
    1918-1931 - Serviço da Aeronáutica Naval
    1931-1952 - Forças Aéreas da Armada



    1952 – 1 de Julho - Com a uniformização das estruturas militares de todos os países da NATO, e apesar de alguma resistência por parte dos militares portugueses, os braços aéreos da Marinha e do Exército foram, por lei (n.º 2.055 de 27 de Maio de 1952) fundidos no dia 27 de Junho de 1952, sob o nome de Força Aérea Portuguesa, que teve o seu verdadeiro começo como ramo independente no dia 1 de Julho de 1952. (WIKIP)


    1952 -  Setembro Chegaram à Base Aérea Nº2 na Ota os 2 primeiros aviões a jacto da Força Aérea, De Havilland Vampire D.H. 115








    Foram primeiros aviões a jacto a voar nos céus de Portugal. 


    Destinavam-se à adaptação de pilotos de aviões de hélice à era do jacto.
    Tiveram uma vida efémera pois com a chegada poucos meses depois dos F-84 e T-33 tornaram-se obsoletos.
    Voaram muito pouco e tiveram um fim envolto em algum mistério.
    Não se sabe bem o que lhes aconteceu...




    1953 – Adquiriram-se mais

          50 aviões de combate a jacto Republic F-84




         e... 15 Lockheed T-33, para instrução de aviões de caça.




      Portugal estava assim, já em 1952, entre os poucos países com uma força aérea considerável de poderio a jacto. (WIKIP)




      E finalmente em...



      1953 – Janeiro - O F-84 Thunderjet entrou ao serviço da Força Aérea Portuguesa, quando foram entregues os primeiros 25 aviões novinhos em folha, provenientes da fábrica.






      Foram integradas na recém-formada Esquadra 20 e colocados na Base Aérea Nº 2, na Otaformando a

      primeira unidade operacional de aviões de combate a jacto em Portugal.



      E... 9 anos depois...

      ...comecei a minha carreira Aeronáutica em S. Jacinto, no Chipmunk...


      ... e 11 anos depois dos T 33 terem chegado à Ota, voei ali pela primeira vez sozinho, num deles.



      Os meus dois Instrutores foram os
      Tenentes António e Luís Quintanilha,
      que eram irmãos gémeos.


      Obrigado aos dois, lá onde estiverem.

      Devo-vos muito.




      Todas as histórias sobre os "meus feitos", bons e maus, militares e civis a ver em:



      Militares:

      A minha Força Aérea
      Guerra do Ultramar e não só

      Civis:
      Linha Aérea e outros voos

      Misto, militares e civis:
      Aviões que voei




      _____________________________________________________






      Esta história é a 2ª de 4 partes sobre a

      "História Ilustrada dos  Portugueses que conquistaram os céus".



      Para ler as outras partes siga as ligações abaixo:


       Parte – De João Torto (o nosso Ícaro de Viseu) passando pela aerostação, os pombais os primeiros voos "mais pesado que o ar" em Portugal, até 1914 com a criação das “Tropas Aeronáuticas”. Para ler aqui

       Parte – 
      A nossa Aeronáutica Naval, de 1917 até à sua extinção em 1952. Para ler aqui

       Parte – Os grandes voos de Descoberta do Mundo pelo Ar, os Raidsentre 1921 e 1934. Para ler aqui




      _____________________________________________________


      A lista dos créditos para a elaboração desta história estão na 1ª Parte em:




      "História Ilustrada dos  Portugueses que conquistaram os céus"


      _____________________________________________________






      Sem comentários:

      Enviar um comentário